sexta-feira, 4 de março de 2011

Habitações de Baixo Custo e Auto-Construção

A pesquisa que efectuámos para a elaboração deste projecto, desenvolvido no Âmbito da Trienal de Arquitectura de Luanda, conduziu a uma abordagem muito prática para a construção de uma casa, a construir num território sem referências, onde os escassos materiais de construção são escassos ou inacessíveis à população.
Daí que poderá ser erguida em autoconstrução pois não necessita de mão-de-obra especializada. É uma casa simples, com paredes dispostas linearmente, cujos vãos de janelas e de portas são iguais para reduzir custos, preconizando-se a utilização de materiais locais, tais como o barro e a palha para fabricar os blocos.
Este mesmo facto poderá ser um elemento detonador da criação de pequenas empresas ou indústrias locais que possam simultaneamente dinamizar e mobilizar toda a população.A lógica da sustentabilidade, assenta não só na aplicação do material principal - o tijolo de adobe, que poder ser construído “in situ”, como na utilização de outros materiais que se podem encontrar localmente, e essencialmente no sistema construtivo utilizado, no sistema proposto para a ventilação da casa, e na utilização das águas das chuvas que serão recolhidas nas cisternas individuais ou colectivas, e utilizadas para rega das hortas ou para saneamento.
O dimensionamento do lote (250 m2 e o custo/m2 de 250 € para erguer a construção com 100 m2), foi uma imposição regulamentar do concurso, mas qualquer outra tipologia se pode desenvolver, tendo por base o mesmo conceito - ser de baixo custo, ser sustentável e ter qualidade arquitectónica e enquadramento local, pois a partir da unidade mínima pode desenvolver-se e multiplicar-se no território em extensão e com variadas formas, de acordo com as características locais do território.